top of page
Buscar
  • Foto do escritorEduardo Nakamura

Você prefeito, já pensou sobre 2020?

No ano que vem teremos eleições municipais com um ambiente eleitoral muito diferente dos últimos anos. E o prefeito que não entender imediatamente o que está por vir corre o risco de dar adeus à sua reeleição.




Mudanças na legislação eleitoral, mudança no comportamento do eleitor e o crescimento no uso das redes sociais. Esse é o ambiente que encontraremos nas próximas eleições municipais. Estar atento a esse novo cenário é fundamental para ter sucesso nas urnas. Por esse motivo, destaco os principais pontos que os candidatos a prefeito(a) devem prestar muita atenção:


1 - Construa sua narrativa desde já!


As últimas eleições mostraram que a discussão de valores morais foi predominante no debate político e questões relacionadas à gestão ficaram em segundo plano. Esse cenário deve se repetir em 2020, o que abre espaço para candidatos menos experientes, mas com facilidade para se comunicar com seus eleitores.

Antes de mais nada, é fundamental investir na formação de narrativas consistentes que reforcem seus pontos fortes. Muitos candidatos cometem o erro de deixar essa tarefa para o período eleitoral, que está cada vez mais curto e com menos recursos.

Quem busca a reeleição está em situação pior, pois pode enfrentar como adversário a própria administração, a insatisfação dos moradores e o desejo por algo novo. Neste caso, é importante uma revisão imediata de todas as ações feitas até agora, com a realização de pesquisas qualitativas para compreender como a população avalia sua gestão até agora. Por fim, com os resultados em mãos, é só traçar correções que tenham impacto antes do ano eleitoral.


2 - Você precisa se antecipar às Fake News


Toda eleição, o cenário se repete: dezenas de boatos são espalhados no início do ano eleitoral, mesmo antes da campanha política ganhar espaço. Para lidar com isso é preciso estar bem planejado e agir muito antes, pois qualquer estratégia nesse sentido leva um bom tempo para dar certo.

A sua equipe deve fazer o mapeamento de todos os possíveis pontos frágeis de sua candidatura, e ao menos até o início do ano das eleições, ter preparado conteúdos em textos e vídeos sobre esses pontos. Além disso, é importante traçar estratégias de SEO no Google, para que essas informações estejam no topo da lista nos mecanismos de busca. Esse processo costuma levar mais de três meses, por isso é bom se antecipar.


3. O uso de WhatsApp exigirá trabalho profissional



Nos últimos anos, criou-se a ideia de que candidatos deveriam ter muitos grupos de WhatsApp. Mas a verdade é que eles não servem para muita coisa, pois a plataforma promoveu uma mudança que permite ao usuário bloquear que seu número seja adicionado a grupos, o que deve ser utilizado por muitas pessoas, assim que o período eleitoral começar.

O disparo em massa também é alvo de críticas e provavelmente haverá alguma mudança na legislação para dificultar o uso indiscriminado da plataforma, em complemento as leis já vigentes, que impedem candidatos de usar bases de dados de terceiros em suas campanhas.

Para conseguir bons resultados só há uma forma segura de se trabalhar com o WhatsApp: divulgar um número e pedir para que pessoas o cadastrem em suas agendas, e a partir daí, criar listas de transmissão manualmente.


4. O fim do sistema de coligações para candidaturas proporcionais multiplicará candidatos.


Mudanças na legislação eleitoral vão alterar a composição dos quadros e o número de candidatos. Uma mudança significativa que entra em vigor para 2020 é o fim do sistema de coligações para candidaturas proporcionais, o que na prática inviabiliza o uso de puxadores de votos para coligações. Com essa mudança, serão eleitos os candidatos mais votados apenas dentro dos seus partidos, desde que o partido consiga atingir o quociente eleitoral.

Logo, partidos que quiserem ter uma chance maior de elegerem vereadores terão de se esforçar em lançar candidatos muito competitivos para vereança, ou ter, no mínimo, um bom candidato à prefeitura, o que fará que as grandes coligações - como víamos antigamente - deixem de existir, aumentando por consequência, o número de candidaturas majoritárias.

5. Uso indevido das redes sociais pode tornar candidato inelegível



Em busca por likes e por popularidade, muitos prefeitos estão usando as redes sociais da gestão de forma indevida, em desacordo com o que está expresso na Constituição Federal:


§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter cárter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Já existem diversos processos julgados pelo TSE que culminaram na cassação e na inelegibilidade de prefeitos, como o do prefeito de Mairiporã, cidade do interior paulista (Recurso Especial Eleitoral nº 369-71.2016.6.0237 Mairiporã-SP 237ª Zona Eleitoral).

É importante ressaltar que procuradores municipais podem não mostrar oposição às ações de promoção pessoal nos canais institucionais, mesmo conhecendo a lei. Essa atitude acontece por um motivo: procurador municipal é defensor do município, e não do prefeito. O município não corre risco nenhum, quem corre é o prefeito.

Entre os erros que podem ser passíveis de questionamentos na justiça, destaco o uso de funcionários comissionados para alimentação de canais pessoais, o uso de espaços públicos para promoção pessoal, a promoção de atos da gestão de forma nominal em redes institucionais e o compartilhamento de conteúdos publicados nas redes pessoais em redes institucionais.


Posso dar dois conselhos? O primeiro é: contrate um bom especialista. O segundo é: escute o especialista. 2020 já começou!


*adaptado do site: Marketing Político Hoje (www.marketingpoliticohoje.com.br)

18 visualizações0 comentário
bottom of page